06
MAI
Monólogo sobre Anne Frank levou reflexão a jovens de toda a cidade
“Seis milhões de pessoas morreram nos campos de concentração, nos vagões de trem e nos campos da morte. Um milhão e meio eram crianças. Anne Frank era apenas uma delas”: foi assim que a atriz Giselle Marques introduziu a história de dor, preconceito, intolerância e morte de ‘O Refúgio de Anne Frank’.
O teatro promovido pela Secretaria de Cultura e Turismo em parceria com o Instituto Plataforma Brasil levou até jovens e adultos - além da história do último dia da adolescente Anne Frank no esconderijo da família, antes de ser encontrada pelos nazistas - a oportunidade de refletir sobre o passado e sobre o presente. A peça foi prestigiada por alunos e professores das escolas estaduais Eugênia Ferrarezi Nunes, Capitão Vitório Togni, Monsenhor Heládio Correa Laurini, Ana Mesquita Laurini, Prefeito Antônio Odilon Franceschini e Lucídio Motta Navarro.
O torturante silêncio, que por muitos minutos preencheu o espaço e pesou entre os espectadores, representava os dois anos e vinte e nove dias de confinamento da família Frank.
A atriz conta que o pai de Anne, Otto, foi o único sobrevivente da família e o responsável por divulgar o diário dela. O sonho de Anne era ser escritora e, segundo Giselle, foram os sonhos e a vontade de viver, de ver a guerra acabar, que fez com que Anne sobrevivesse por todo esse tempo no esconderijo. “Quando desabam as fotos dos atores de cinema preferidos de Anne Frank, no momento em que os nazistas os encontram, desabam também os sonhos dela”, explica a atriz.
No momento do bate papo sobre a peça, a professora Oneide Diniz Oliveira, que levou seus alunos do 9º ano da escola Lucídio Motta Navarro para assistir o monólogo, comentou sobre o silêncio e perguntou sobre a intenção da atriz de coloca-lo de maneira tão densa. “A proposta do silêncio é trazer até o público esse confinamento. É muito difícil ficar quieto, ainda mais nos dias de hoje. E eles viveram esse silêncio. A Anne tinha muitas vontades, muitos desejos. Ela era uma adolescente cheia de sonhos, que queria sair, ver as coisas, tomar sorvete, namorar. E ela estava ali, sem poder sair, sem poder se mexer, sem poder fazer barulho”, explicou Giselle.
Além de ser uma homenagem a todas as crianças que tiveram suas vidas interrompidas, o monólogo é também uma forma de homenagear os sobreviventes do holocausto, que passaram a vida contando essa história e vem de encontro com os estudos dos alunos sobre a segunda guerra. “Mas todas as histórias têm dois lados e o outro lado dessa história de dor e morte, intolerância às diferenças e preconceitos, é o forte laço de solidariedade entre as famílias. A família Frank nunca teria sobrevivido por mais de dois anos no esconderijo sem a solidariedade das pessoas que traziam alimentos, jornais, o "cheiro da rua", o calor humano”, disse Giselle.
A atriz teve oportunidade, também, de debater com os jovens e apresentar a ligação do holocausto com questões atuais também baseadas na intolerância, no preconceito e na violência, como o bullying, o desafio da Baleia Azul, a realidade política e social dos refugiados sírios e até mesmo o conceito da modernidade líquida apresentada pelo sociólogo polonês Zygmunt Bauman.
O aluno Júlio César pediu a palavra e elogiou o trabalho da atriz. “Eu acredito que todos aqui, assim como eu, se assustaram muito com as batidas que representavam a chegada dos nazistas. A gente ficou com medo e ficamos pensando no medo que ela sentiu, imaginando que seria morta”, comentou.
O diretor de Cultura, Ricardo Bizzeto, também se pronunciou: “A história da Anne nos permite fazer um paralelo com os dias atuais. Tudo o que ela queria era liberdade. E hoje nós temos a liberdade e muitas vezes não sabemos usar”, disse.
Giselle se mostrou intrigada com uma pergunta recorrente. “Em duas das minhas apresentações em Cabreúva, as pessoas me perguntaram o que aconteceu com quem ajudou a família da Anne, se eles se deram mal. Não. Não se deram mal. A gente está numa sociedade que tem medo de ser honesta. Ser bom, ser honesto, é passou a ser sinônimo de ser otário e não eh bem por aí”, desabafou.
A Secretaria de Cultura e Turismo e o Instituto Plataforma Brasil, agradecem aos colaboradores, que tornaram essas apresentações possíveis: Camping Colina, Restaurante Lamassa, Restaurante da Nena, Supermercado Santa Fé, Gráfica Cabreúva e empresa Zaraplast.
Monólogo sobre Anne Frank levou reflexão a jovens de toda a cidade
“Seis milhões de pessoas morreram nos campos de concentração, nos vagões de trem e nos campos da morte. Um milhão e meio eram crianças. Anne Frank era apenas uma delas”: foi assim que a atriz Giselle Marques introduziu a história de dor, preconceito, intolerância e morte de ‘O Refúgio de Anne Frank’.
O teatro promovido pela Secretaria de Cultura e Turismo em parceria com o Instituto Plataforma Brasil levou até jovens e adultos - além da história do último dia da adolescente Anne Frank no esconderijo da família, antes de ser encontrada pelos nazistas - a oportunidade de refletir sobre o passado e sobre o presente. A peça foi prestigiada por alunos e professores das escolas estaduais Eugênia Ferrarezi Nunes, Capitão Vitório Togni, Monsenhor Heládio Correa Laurini, Ana Mesquita Laurini, Prefeito Antônio Odilon Franceschini e Lucídio Motta Navarro.
O torturante silêncio, que por muitos minutos preencheu o espaço e pesou entre os espectadores, representava os dois anos e vinte e nove dias de confinamento da família Frank.
A atriz conta que o pai de Anne, Otto, foi o único sobrevivente da família e o responsável por divulgar o diário dela. O sonho de Anne era ser escritora e, segundo Giselle, foram os sonhos e a vontade de viver, de ver a guerra acabar, que fez com que Anne sobrevivesse por todo esse tempo no esconderijo. “Quando desabam as fotos dos atores de cinema preferidos de Anne Frank, no momento em que os nazistas os encontram, desabam também os sonhos dela”, explica a atriz.
No momento do bate papo sobre a peça, a professora Oneide Diniz Oliveira, que levou seus alunos do 9º ano da escola Lucídio Motta Navarro para assistir o monólogo, comentou sobre o silêncio e perguntou sobre a intenção da atriz de coloca-lo de maneira tão densa. “A proposta do silêncio é trazer até o público esse confinamento. É muito difícil ficar quieto, ainda mais nos dias de hoje. E eles viveram esse silêncio. A Anne tinha muitas vontades, muitos desejos. Ela era uma adolescente cheia de sonhos, que queria sair, ver as coisas, tomar sorvete, namorar. E ela estava ali, sem poder sair, sem poder se mexer, sem poder fazer barulho”, explicou Giselle.
Além de ser uma homenagem a todas as crianças que tiveram suas vidas interrompidas, o monólogo é também uma forma de homenagear os sobreviventes do holocausto, que passaram a vida contando essa história e vem de encontro com os estudos dos alunos sobre a segunda guerra. “Mas todas as histórias têm dois lados e o outro lado dessa história de dor e morte, intolerância às diferenças e preconceitos, é o forte laço de solidariedade entre as famílias. A família Frank nunca teria sobrevivido por mais de dois anos no esconderijo sem a solidariedade das pessoas que traziam alimentos, jornais, o "cheiro da rua", o calor humano”, disse Giselle.
A atriz teve oportunidade, também, de debater com os jovens e apresentar a ligação do holocausto com questões atuais também baseadas na intolerância, no preconceito e na violência, como o bullying, o desafio da Baleia Azul, a realidade política e social dos refugiados sírios e até mesmo o conceito da modernidade líquida apresentada pelo sociólogo polonês Zygmunt Bauman.
O aluno Júlio César pediu a palavra e elogiou o trabalho da atriz. “Eu acredito que todos aqui, assim como eu, se assustaram muito com as batidas que representavam a chegada dos nazistas. A gente ficou com medo e ficamos pensando no medo que ela sentiu, imaginando que seria morta”, comentou.
O diretor de Cultura, Ricardo Bizzeto, também se pronunciou: “A história da Anne nos permite fazer um paralelo com os dias atuais. Tudo o que ela queria era liberdade. E hoje nós temos a liberdade e muitas vezes não sabemos usar”, disse.
Giselle se mostrou intrigada com uma pergunta recorrente. “Em duas das minhas apresentações em Cabreúva, as pessoas me perguntaram o que aconteceu com quem ajudou a família da Anne, se eles se deram mal. Não. Não se deram mal. A gente está numa sociedade que tem medo de ser honesta. Ser bom, ser honesto, é passou a ser sinônimo de ser otário e não eh bem por aí”, desabafou.
A Secretaria de Cultura e Turismo e o Instituto Plataforma Brasil, agradecem aos colaboradores, que tornaram essas apresentações possíveis: Camping Colina, Restaurante Lamassa, Restaurante da Nena, Supermercado Santa Fé, Gráfica Cabreúva e empresa Zaraplast.
https://www.cabreuva.sp.gov.br/monologo+sobre+anne+frank+levou+reflexao+a+jovens+de+toda+a+cidade.aspx
Autoria: Jaqueline Rosa